O estudo do Espiritismo nas suas relações com a arte limita-se com os mais vastos problemas do pensamento e da vida. Ele nos mostra a ascensão do ser, na escala das existências e dos mundos, em direção a uma concepção sempre mais ampla e mais precisa das regras da harmonia e da beleza, segundo as quais todas as coisas são estabelecidas no Universo. Nessa ascensão magnífica, a inteligência cresce pouco a pouco; os germes do bem e do belo, nela depositados, se desenvolvem ao mesmo tempo em que a sua compreensão da lei de eterna beleza se amplia.

A alma chega a executar sua melodia pessoal, sobre as mil oitavas do imenso teclado do Universo; ela se penetra da harmonia sublime que sintetiza a ação de viver e a interpreta segundo seu próprio talento, desfruta cada vez mais as felicidades que a posse do belo e do verdadeiro proporciona, felicidades que, desde este mundo, os verdadeiros artistas podem entrever. Assim, o caminho da vida celeste está aberto a todos, e todos podem percorrê-lo, por seus esforços e seus méritos, e conseguir a posse desses bens imperecíveis que a bondade de Deus nos reserva.



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sexta-feira, outubro 9

sentimento generoso


 

Do livro O Espiritismo na Arte

 

O corpo humano é um instrumento complexo e maravilhoso, que se adapta ao meio terrestre e às nossas múltiplas necessidades. Porém, ele é apenas o revestimento material, relativamente grosseiro, desse corpo sutil, o perispírito, do qual Massenet nos fala e que todos nós possuímos durante a vida, como também após a morte.

A existência desse perispírito é demonstrada pelos fenômenos de exteriorização dos vivos e pelas aparições fotografadas dos mortos, freqüentemente relatadas nesta revista.

Esse corpo sutil, admirável por sua flexibilidade e sensibilidade, é o envelope imperecível da alma e, da mesma forma que ela, suscetível de depuração e de progresso. Ele vibra aos menores impulsos do espírito e dele transmite ao corpo físico as vibrações inevitavelmente diminuídas. Eis por que, na vida do espaço, durante o sono como após a morte, o perispírito sente mais vivamente as influências dos meios em que ele penetra. Ele possui recursos mais amplos, meios de percepção desconhecidos dos homens, mas dos quais certos homens conservam a intuição ao despertar, após o desprendimento e as viagens espirituais da noite.

Nesse conjunto que constitui o homem, a alma ou inteligência é a nota dominante. A correlação entre os dois invólucros, físico e perispiritual, relaciona-se a uma única lei: a das vibrações.

O papel e o funcionamento do perispírito permanece como um dos problemas mais interessantes do Espiritismo; ele contém, em germe, todos os segredos da fisiologia e da psicologia, que se esclarecerão à medida que nossas relações com os desencarnados forem se ampliando e se multiplicando. Por esse meio, obteremos novos dados sobre as condições da vida no Além e, em geral, sobre o modo de ação do espírito liberto do corpo material.




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