O estudo do Espiritismo nas suas relações com a arte limita-se com os mais vastos problemas do pensamento e da vida. Ele nos mostra a ascensão do ser, na escala das existências e dos mundos, em direção a uma concepção sempre mais ampla e mais precisa das regras da harmonia e da beleza, segundo as quais todas as coisas são estabelecidas no Universo. Nessa ascensão magnífica, a inteligência cresce pouco a pouco; os germes do bem e do belo, nela depositados, se desenvolvem ao mesmo tempo em que a sua compreensão da lei de eterna beleza se amplia.

A alma chega a executar sua melodia pessoal, sobre as mil oitavas do imenso teclado do Universo; ela se penetra da harmonia sublime que sintetiza a ação de viver e a interpreta segundo seu próprio talento, desfruta cada vez mais as felicidades que a posse do belo e do verdadeiro proporciona, felicidades que, desde este mundo, os verdadeiros artistas podem entrever. Assim, o caminho da vida celeste está aberto a todos, e todos podem percorrê-lo, por seus esforços e seus méritos, e conseguir a posse desses bens imperecíveis que a bondade de Deus nos reserva.



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quarta-feira, janeiro 22

a percepção das harmonias do espaço

A Sra. de Koning-Nierstrass relata uma de suas sessões, nos seguintes termos:
“Jesse Schefard se hospedou em minha casa, em Haye, por cerca de seis semanas. Uma noite, eu e alguns amigos estávamos reunidos. O médium, tendo se levantado em meio-transe, colocou-se ao piano. Batidas ressoaram de todos os lados, luzes voltejavam no ambiente como borboletas... De repente, vozes de homens e de mulheres encheram o ar. Era um coro que entoava uma espécie de cântico; o Hosana e o Glória a Deus foram ouvidos por todos nós. Ora era um coro, ora vozes de mulheres, o soprano dominando todo o canto. Sentada perto do médium, constatei que ele não havia aberto a boca.
Dois dias depois, uma de minhas vizinhas me disse: ‘Ah! senhora de Koning, desfrutei do belo concerto que houve na outra noite na vossa casa, que músicos e que lindo coral se fizeram ouvir!’ E eu lhe perguntei: ‘A senhora ouviu uma voz de cada vez ou todo um coro?’ ‘Um coro, respondeu a senhora, eu percebia bem distintamente o soprano. Quem é que cantava tão maravilhosamente?’”
Esse testemunho espontâneo destruía qualquer hipótese de alucinação.



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